A depressão é um transtorno mental que afeta mais de 300 milhões de pessoas no mundo, incluindo um número assustador de jovens com idade entre 15 e 29 anos. Justamente a faixa etária da maioria dos universitários. A pressão por um bom desempenho, o medo do futuro e a solidão são apontados como os principais gatilhos da depressão na faculdade. A fase tão desejada e que deveria ser de conquistas e realização pode ser marcada por sentimentos de angústia.
Casos de depressão na faculdade têm preocupado e despertado a atenção de educadores e também da Organização Mundial de Saúde (OMS). Confira no nosso artigo quais os principais sintomas da depressão, como lidar com esse transtorno e de que forma você pode auxiliar quem precisa de ajuda.
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Os quadros de depressão podem variar de acordo com a intensidade dos sintomas, sendo categorizados como leve, moderado e grave.
Nos casos de depressão leve, o indivíduo consegue cumprir com suas atividades sociais e de trabalho enquanto convive com a doença.
Por outro lado, em casos de depressão grave, muitas vezes atividades rotineiras, como tarefas domésticas, são preocupantemente afetadas.
De acordo com especialistas em entrevista para o UOL, existem diversos tipos de depressão, e os mais comuns são:
Também chamado de Transtorno Depressivo Maior, o transtorno é o mais frequente e, por isso, conhecido. A depressão unipolar é caracterizada por sintomas como:
Muitas vezes confundido com depressão unipolar, o transtorno bipolar é caracterizado pela alternância de momentos depressivos com períodos de extrema euforia ou irritação.
A confusão ocorre porque durante os momentos depressivos, o indivíduo tem comportamentos semelhantes aos quadros de Depressão Unipolar.
Conhecida também como transtorno depressivo persistente, a Distimia é uma forma de depressão crônica, com duração mínima de 2 anos.
Geralmente, o indivíduo com Distimia tem sintomas de tristeza, desânimo, pessimismo e problemas de concentração.
Outra característica deste tipo de depressão é que mesmo tendo uma duração maior, os sintomas costumam ser menos intensos.
Chamado de TDPM, esse tipo de depressão atinge mulheres no período que antecede a menstruação e se confunde com a TPM.
A TDPM é causada pela baixa de estrogênio no período pré-menstrual. E os sintomas são:
Considerada uma depressão grave, a depressão psicótica é acompanhada de surtos, delírios e alucinações.
Em períodos de depressão psicótica, o indivíduo costuma ter delírios de culpa, pobreza, doença e perseguição.
A depressão na faculdade é considerada um desafio para educadores, profissionais de saúde, familiares e, é claro para os estudantes.
Um levantamento realizado pelo Center for Collegiatte Mental Health (CCMH) em universidades americanas mostrou que entre as principais causa da depressão na faculdade estão:
A depressão é uma doença séria e que precisa de acompanhamento profissional.
Ao mesmo tempo, algumas boas práticas podem auxiliar no tratamento, ajudar o estudante a conviver com a doença e evitar a piora do quadro.
Conheça quatro boas práticas que podem ajudar um aluno a lidar com a depressão na faculdade:
O sono é fundamental para a saúde física e mental de qualquer pessoa, principalmente de estudantes.
Ter menos horas de sono do que o recomendado pode agravar seriamente os sintomas da depressão. Por isso, é recomendado dormir de 7 a 9 horas por dia.
Algumas atitudes simples podem ajudar a manter a qualidade do sono, como por exemplo:
A alimentação tem impacto direto na saúde mental. Por isso, busque comer e beber alimentos que auxiliem na sua concentração e no humor. Como por exemplo:
O álcool pode desencadear e agravar uma série de sintomas da depressão. Por isso, se o estudante já possui um quadro depressivo, é melhor evitar.
Além de desencadear as doenças mentais, o álcool em excesso pode causar outros problemas gastrointestinais, cardiovasculares e disfunções hepáticas.
As atividades físicas são uma das maiores aliadas no combate à depressão.
A prática de exercícios físicos estimula a produção de hormônios que melhoram a autoestima, o humor e servem como distração.
Busque reservar períodos para a prática de atividades físicas durante a semana e perceba os resultados já nas primeiras semanas.
No Brasil, algumas instituições de ensino superior estão desenvolvendo programas de apoio e assistência à saúde mental dos estudantes.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é um desses exemplos. Em 2014 Universidade criou a Rede de Saúde Mental.
A iniciativa é um comissão permanente para debate e articulação de iniciativas relacionadas a saúde mental, políticas públicas e cidadania. Um dos eventos mais importantes dessa rede é a Semana de Saúde Mental Inclusão Social.
Graças a Rede de Saúde Mental, os estudantes da UFMG podem contar com o apoio da comunidade universitária no tratamento de problemas de saúde mental, como a depressão.
Outro bom exemplo vem do Estado de São Paulo. A Faculdade de Medicina da USP instituiu o Grupo de Assistência Psicológica aos Alunos (Grapal).
A iniciativa é formada por profissionais da área da saúde que prestam atendimento aos estudantes.
Na mesma universidade surgiu a Frente Universitária de Saúde Mental, organizada pelos próprios alunos com o objetivo de oferecer serviços de acolhimento aos colegas com depressão e outros transtornos mentais.
É fundamental que amigos e familiares estejam atentos para que possam detectar comportamentos causados pela depressão na faculdade.
Além disso, é importante que esse estudante seja amparado por seu círculo de confiança
O Ministério da Saúde disponibiliza uma cartilha com algumas dicas para quem convive e quer ajudar pessoas com quadro de depressão grave e tendências ao suicídio.
Confira algumas dessas dicas:
Ter consciência de que a depressão na faculdade é uma ocorrência séria e, infelizmente cada vez mais comum, desperta a atenção de toda sociedade. Por isso, informe-se e fique atento a sintomas e comportamentos. Casos de depressão necessitam de ajuda e acompanhamento profissional.
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