Se você vai prestar vestibular ou Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e está nervoso com as listas de livros para o vestibular, a seguir você verá algumas obras e roteiros para melhorar a leitura, que podem lhe ajudar a administrar melhor os estudos dessa disciplina.
Diferente das universidades que têm seu próprio vestibular, o Enem não tem uma lista específica de obras a serem lidas no seu edital. Mas os dois tipos de seleção exigem algo em comum do candidato: uma visão crítica do tempo e da realidade social, tanto atuais quanto ao período histórico em que as obras foram escritas. Portanto, tenha em mente essas duas questões, elas serão importantes na hora da prova.
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Durante o ensino médio, certamente o aluno foi apresentado a diversos períodos literários e gêneros textuais, autores e obras. As provas dos concursos oscilam bastante na forma de cobrar certos livros ou certos tipos de leitura dos candidatos. Dessa forma, mesclam entre o cânone (os autores que são consagrados) e o contemporâneo (escritores e obras do tempo atual). Uma prova de vestibular serve, portanto, para resgatar um clássico ou dar maior visibilidade à literatura contemporânea.
Veja a seguir alguns autores da literatura brasileira que costumam cair nas provas do Enem e vestibulares:
Veja alguns livros para vestibular que são relevantes para a literatura brasileira:
Essa obra é uma das mais relevantes de Machado de Assis. Ela tem uma característica bem peculiar de narrar, narra em primeira pessoa e no ponto de vista do defunto narrador. Ou seja, ela marca a quebra da tradição realista, trazendo elementos inverossímeis na forma de narrar um romance.
É importante refletir o quanto essa obra marca o tempo em que foi escrita e como ainda é atual. Pois ela observa as formas da condição humana através de um narrador irreverente, cínico e irônico. Dessa forma, Machado elevou o patamar de narrar uma história no Brasil. Para isso, é importante que o leitor se remeta ao tempo em que a obra foi escrita e reflita sobre as condições sociais da época e faça um espelhamento sobre o momento atual. Essa é uma maneira de entender se avançamos ou não como seres humanos.
Essa é uma obra que reflete a intenção de Mario de Andrade, um Brasil como uma união de todas as identidades que compõem o país. Macunaíma é narrado através de um rapsodo. Sendo assim, o protagonista é um contador de histórias popular, que é atravessado por todas influências que formam as características da nação brasileira. Ele é um herói descaracterizado de uma tradição dominante, por isso é um herói sem caráter. Vale lembrar que, muitas vezes, o termo “sem caráter” de Macunaíma seja erroneamente associado ao caráter moral. Outro fator relevante para a obra é a quebra das fronteiras regionais, o protagonista percorre por toda extensão do continente sul-americano sem barreiras físicas, nesse sentido o que afasta as pessoas não é o espaço físico, mas as características daqueles que compõem determinado lugar.
Essa obra marca o início do realismo regional. Graciliano Ramos compôs a narrativa com o foco narrativo em terceira pessoa, esse fator garante mais verossimilhança ao tratar de temas comuns no país, como a miséria, exploração do trabalho por parte dos donos de terra e a própria condição humana retratada de forma a ser animalizada e os animais, no caso a cachorra-baleia humanizada.
Vidas Secas é uma das obras mais marcantes na literatura brasileira devido a aproximação do perfil psicológico de pessoas simples retratadas na obra e a oralidade presente nos diálogos.
A trama dessa obra gira em torno da tumultuada relação entre dois irmãos gêmeos, Yaqub e Omar, descendentes de libaneses. Milton Hatoum, ao ter escrito essa obra, resgatou um tema clássico que foi herdado da cultura cristã, a cisma entre dois irmãos. Na Bíblia se encontra essa temática com Abel e Caim, e igualmente na obra de Machado de Assis, intitulada Esaú e Jacó, também extraída de personagens bíblicos, que também conta a história de dois irmãos gêmeos, Pedro e Paulo.
A narrativa é contada em primeira pessoa e o narrador tenta persuadir o leitor na tentativa de que ele aceite o ponto de vista daquele que narra.
Essa é uma das obras mais relevantes de Clarice Lispector. A obra retrata não só uma história passível de uma interpretação, mas um extravasamento da linguagem que vai além do texto. Ela traz reflexões sobre o que é o ser e qual a possibilidade ou não de relatar o cotidiano. O que é a perda da individualidade.
A narrativa é contada em primeira pessoa e Clarice consegue, através de uma história praticamente banal, transportar o leitor a um labirinto construído pela linguagem e pelo fluxo de consciência. Dessa forma, a linguagem transforma o romance em enigma, garantindo que a obra seja uma das mais importantes ficções escritas na literatura brasileira.
Conhecer os períodos literários é importante para conseguir se situar nas questões. Pode ser uma ótima forma de você conhecer o período histórico em que as principais obras foram escritas, assim terá mais recursos para analisar as perguntas. Basicamente duas eras marcam a evolução social do país, e consequentemente refletem na literatura produzida por aqui. Era Colonial e Era Nacional.
Essa era é a era do descobrimento do Brasil e é marcada pelo período colonial do país, ela é dividida entre: Quinhentismo, Seiscentismo, Barroco e Arcadismo.
Essa era foi marcada pela independência do Brasil e é dividida pelo: Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo e o Pós-modernismo. Essa ainda é a era atual da Literatura brasileira, que pode ser denominada como contemporânea. E ela foi marcada pela independência do Brasil.
A prova do Enem não exigirá que você tenha lido uma obra por inteiro e que saiba minúcias dela. Geralmente vai estar exposto um fragmento da obra e em seguida pedirá que você relacione as questões de acordo com um tema da sociedade ou alguma figura de linguagem que perpassa no texto. Nesse caso, você precisa basicamente interpretar o trecho que está proposto na avaliação. Mas lembre-se que é importante saber o contexto que as obras estão inseridas.
Os vestibulares designam a cada ano no processo seletivo uma lista de leitura, portanto você terá um direcionamento melhor para estudar cada obra que será cobrada. Dessa forma, você deverá conhecer as obras de forma mais aprofundada. Não existe fórmula mágica, você deverá ir atrás delas e tentar conhecer mais sobre o contexto que estão inseridas. Mas fique calmo, que não é nenhum bicho de sete cabeças, as leituras exigidas são divulgadas previamente. Isso dará tempo a você para que consiga ler e buscar informações. Veja a seguir o link das listas de leituras obrigatória da:
Não existe mágica, para estudar literatura é preciso baixar a cabeça e ler. Embora pareça algo difícil, na verdade, basta administrar o tempo.
Para ler é importante que você tenha em mente que o livro trava uma batalha com você, pois muitos textos exigem fôlego e resistência. Portanto, você precisa ir aos poucos para se acostumar com os aspectos de escrita de cada autor.
1- A obra não despertar seu interesse ao trazer coisas que lhe são comum, ou seja, não apresenta nenhuma novidade, dessa forma, o leitor não é desafiado pela leitura.
2- A linguagem e o tema abordados são muito estranhos a você, isso quer dizer que esse livro, texto ou obra exigem conhecimentos prévios, dessa forma estão longe de sua zona de leitura.
Agora que você sabe mais sobre livros para o vestibular, basta dedicar algumas horas do dia para desfrutar desse hábito que lhe permite viajar sem sair do lugar. Ler pode ser uma forma de aprender prazeirosamente. Pois muitas vezes os livros para vestibular nos acompanham em toda a nossa jornada acadêmica, profissional ou pessoal.
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