Em 2017 o Novo Ensino Médio foi aprovado pelo governo federal, através da Medida Provisória nº748/2016. Antes de virar lei, o texto teve 567 emendas de deputados e senadores. Contudo, as alterações resultaram em mudanças em alguns temas polêmicos e uma certa flexibilização da reforma. A reforma do Ensino Médio será implantada nas escolas de forma gradual a partir de 2020 e sim, vai gerar mudanças na prova do Enem. Mas calma! As alterações ainda não foram explicadas pelo MEC e devem se estender até 2022, então ainda levará um tempo para isso acontecer.
Como o Ensino Médio contará com 40% de carga horária definida pelo aluno, é provável que o exame se baseie apenas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Outra forma estudada é a aplicação de uma prova única baseada no conteúdo do BNCC e, após, uma segunda etapa, focada em cada área de concentração disponível para os alunos.
Porém, as informações sobre as mudanças de conteúdo ainda não estão muito claras porque o tema ainda está em discussão e não há uma diretriz oficial já anunciada pelo MEC. Por enquanto, o MEC trabalha em outra mudança no Enem: o Enem Digital. A seguir confira como será esta mudança e tudo o que já se sabe sobre o Novo Ensino Médio, pois todos estes assuntos estão sendo discutidos em conjunto e influenciarão diretamente nas adequações do Enem.
Enem digital
O projeto do Enem Digital fará o seu piloto em 2020. As primeiras aplicações digitais serão opcionais, sendo assim, o participante poderá escolher fazer a prova digital ou em papel. O piloto contará com 50 mil provas, em 15 capitais do país. Depois disso, o projeto se desdobrará de forma progressiva, com a previsão da mudança total do formato em 2026.
Segundo o ministro da educação, Abraham Weintraub, “depois de 100 anos de provas sendo realizadas no papel, a educação brasileira aponta para o futuro e vai abrir processo para fazer o Enem em uma versão Digital”. O ministro ainda completa: “É o futuro que se abre!”.
A prova contará com 3 aplicações em 2020: digital, prova em papel e a reaplicação. A reaplicação será concedida para candidatos que optarem pela prova digital, mas forem prejudicados com qualquer problema logístico ou de infraestrutura. A reaplicação será em papel.
Além da modernização da prova, que poderá contar com questões diferenciadas, como por exemplo questões com mídias de vídeos e infográficos, a mudança também gera economia e um ganho para o meio ambiente. Somente em 2019, mais de 10,2 milhões de provas serão impressas para o exame, totalizando um custo de R$ 500 milhões em impressão.
As capitais que receberão a prova digital em 2020 são:
- Belém (PA);
- Belo Horizonte (MG);
- Brasília (DF);
- Campo Grande (MS);
- Cuiabá (MT);
- Curitiba (PR);
- Florianópolis (SC);
- Goiânia (GO);
- João Pessoa (PB);
- Manaus (AM);
- Porto Alegre (RS);
- Recife (PE);
- Rio de Janeiro (RJ);
- Salvador (BA);
- São Paulo (SP).
A progressão do Enem Digital
Após o piloto, que será realizado em 2020, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), já planejou as demais aplicações. Em 2021, as provas ainda serão opcionais, e acontecerão em duas datas distintas, com agendamento prévio e servirão como aprimoramento do piloto. De 2022 a 2025, o exame continuará sendo aprimorado, mas a previsão é que ele possua quatro aplicações, em datas distintas e com agendamento prévio. Sendo assim, até 2025 o exame digital ainda será opcional e será substituído pela versão digital apenas em 2026.
A partir de 2026, espera-se que o Enem tenha várias aplicações ao longo do ano, realizadas com agendamento prévio. A ideia é que a reaplicação da prova por problemas logísticos ou de infraestrutura também sejam realizadas por meio digital.
O que é o Novo Ensino Médio?
O Novo Ensino Médio nada mais é do que uma reforma na estrutura do sistema de ensino do país. O objetivo da reforma, segundo o Ministério da Educação (MEC) é aproximar ainda mais os alunos das mudanças do mercado de trabalho, atribuindo ao aluno uma formação mais atualizada.
Uma das propostas presentes na reforma é a criação de uma estrutura curricular comum em todas as escolas, definida através da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Enquanto a outra parte da grade, chamada itinerários formativos, se torna mais flexível e é definida e organizada pelo estudante. Segundo o MEC, essa mudança possibilita mais autonomia aos alunos. Isso porque eles participarão ativamente da definição da grade, de acordo com seus interesses e afinidades pessoais.
Quais as mudanças no Novo Ensino Médio?
Anteriormente, o ensino médio possuía uma carga horária de 800 horas anuais. Com a reforma, a carga horária foi ampliada, chegando a 1.000 horas anuais. Isso totaliza em 3.000 horas em todo o ensino médio.
Além disso, a mudança também visa ampliar a quantidade de escolas com ensino integral no Brasil. As horas do período integral devem ser usadas para atividades extracurriculares, como por exemplo, práticas de esportes, oficinas, realização de estudos e apoio no desenvolvimento do seu projeto de vida.
Base Nacional Comum Curricular e Itinerários formativos
A grade curricular do estudante passa a ser dividida em duas frentes. A primeira é definida pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que corresponde a 60% da grade. As matérias obrigatórias, como Português e Matemática, e também as disciplinas tradicionais do Ensino Médio, como História, Geografia, Biologia, Química, Física e Língua Inglesa, estão presentes nessa grade. As disciplinas de Educação Física, Artes e Filosofia haviam sido excluídas no texto inicial da reforma, porém, após revisão, elas continuam como obrigatórias na BNCC.
A segunda parte da grade, que corresponde a 40% do tempo do estudante, é chamada de Itinerários Formativos. Nesse formato o estudante poderá escolher os conhecimentos em que quer se aprofundar, levando em consideração a disponibilidade das escolas de sua região. As opções do Itinerário Formativo contemplam as áreas de: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas/Sociais e Formação Técnica/Profissional.
Dessa forma, a carga horária do Novo Ensino Médio passa a ser de 3.000 horas, totalizando 1.800 horas de base BNCC e 1.200 horas de Itinerários Formativos.
O novo modelo também torna obrigatório que as escolas forneçam apoio e ajuda no desenvolvimento do projeto de vida de seus estudantes. O objetivo é fazer com que os estudantes se aprofundem nos temas que mais possuem talento ou vontade.
Outras Mudanças
Além das mudanças citadas acima, a reforma conta ainda com outras reformulações, como por exemplo, tornar possível que profissionais sem diploma de licenciatura ministrem aulas em matérias de Formação Técnica ou Profissional.
O texto também prevê o aumento de escolas com ensino integral. Segundo o Plano Nacional de Educação (PNE), a ideia é que até 2024 metade das escolas possuam este modalidade. Além disso, o plano prevê que 25% das matrículas da educação básica sejam para ensino em tempo integral.
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