De acordo com o Ministério da Educação, o Brasil tem 8,4 milhões de estudantes de graduação matriculados em instituições de ensino superior, 24,6% deles em instituições públicas. Os demais estão inscritos em faculdades privadas ou universidades comunitárias. Mas o que são universidades comunitárias? Em suma, são aquelas onde há cobrança de mensalidades, porém, não há fins lucrativos.
Essas instituições tem, no fundo, um compromisso com a comunidade em que estão inseridas. Neste post, vamos detalhar mais sobre essa modalidade de faculdade e como pode ser uma boa opção de ingresso no ensino superior.
Acompanhe!
O que são as Universidades Comunitárias?
Universidades comunitárias são instituições mantidas pela sociedade civil. Elas se diferenciam das públicas porque não são propriedade do Estado e das privadas por não serem de uma pessoa física ou jurídica.
Mas o que isso significa na prática? De forma geral, isso quer dizer que essas instituições de ensino tem um compromisso com a comunidade na qual estão inseridas. Suas mensalidades devem servir apenas para cobrir os custos dos cursos e o lucro deve ser utilizado na própria faculdade, para melhorias e investimentos internos.
Além disso, as faculdades precisam prestar contas de todos os recursos recebidos para o poder público e oferecer serviços para a comunidade.
Essas universidades são regulamentadas por uma legislação própria, a lei número 12.881/2013. Mas essas instituições existem há bem mais tempo.
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Como surgiram as Universidades Comunitárias
Tanto a Constituição Federal de 1988 quanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1966, descrevem as “escolas comunitárias” como um formato de instituição de ensino brasileira.
Isso significa que essas universidades existem há bastante tempo no país. Na maioria dos estados, elas surgiram como uma forma da própria comunidade expandir o Ensino Superior, que antes ficava concentrado nas capitais.
Em Santa Catarina, por exemplo, as universidades comunitárias foram criadas a partir da década de 1960, pois nessa época, existia apenas uma universidade pública no estado e ela ficava na capital, Florianópolis. Dessa forma, municípios do interior foram se organizando para criar faculdades.
Como funcionam as Universidades Comunitárias
Como você viu, as universidades comunitárias também cobram mensalidades e, por isso, são muito confundidas com as particulares. Mas a verdade é que seu funcionamento e administração são bem diferentes.
Apesar de também se sustentarem com o pagamento dos alunos, essas instituições possuem convênios e recebem contribuições do poder público. Além disso, todos os valores arrecadados devem servir para a própria faculdade, seja na manutenção ou melhoria das estruturas e atividades oferecidas.
Com relação à administração, elas devem ser geridas por um Conselho Comunitário, formado por membros de vários segmentos da sociedade civil.
Assim, a universidade continua exercendo seu papel de auxiliar com o desenvolvimento da comunidade e seus cidadãos.
Atividades sociais desenvolvidas por uma universidade comunitária
Um dos principais diferenciais das universidades comunitárias está nas atividades sociais desenvolvidas em seus campi. Essas ações não são apenas voluntárias, mas deveres das instituições que querem entrar nessa classificação do MEC.
As universidades desse tipo devem levar o conhecimento produzido ali para fora de seus muros. Por isso, oferecem serviços e encabeçam inúmeros projetos de extensão nas mais variadas áreas.
Esses projetos podem ter diversos formatos, que vão desde atendimento médico e odontológico, passando por reforço escolar e alfabetização de adultos, até atividades culturais, como aulas de dança, teatro e canto.
Para ter acesso, basta procurar a universidade comunitária da sua região e se informar sobre quais serviços são oferecidos e como funciona para se inscrever!
Como ingressar em uma universidade comunitária?
O ingresso na universidade comunitária é similar ao de outras instituições. Ele pode ser por vestibular ou outros processos seletivos próprios. Além disso, essas instituições costumam oferecer programas de bolsas e convênios com o poder público.
Isso significa que os estudantes são elegíveis para financiamentos estudantis e outras modalidades de pagamento da mensalidade.
Benefícios para a comunidade e para o aluno
Estudar em uma universidade comunitária traz inúmeros benefícios para os estudantes. O primeiro deles é a proximidade geográfica. Afinal, as faculdades públicas costumam ter alguns poucos campi espalhados pelos estados.
Com as instituições comunitárias, fica mais fácil encontrar uma escola perto de casa, que não exija uma mudança ou então muitas horas de viagem diariamente. Também fica mais acessível para quem não pode pagar por uma universidade privada.
Além disso, estudar numa instituição que tem um grande vínculo com a comunidade ajuda na hora de procurar emprego. Afinal, a fama da faculdade é reconhecida por todos os moradores da região e muitos também passaram pelas suas salas de aula!
Por fim, outro benefício das universidades comunitárias são os projetos de extensão e pesquisa que citamos anteriormente. Essas atividades ajudam o aluno a ser um senso de comunidade e cidadania maior, que contribui para uma formação mais humanizada.
Da mesma maneira, os estudantes também saem da faculdade com mais conhecimento da prática e com um acúmulo interessante sobre como aplicar o que aprenderam em aula! Interessante, não é?
Principais diferenças das universidades privadas e comunitárias
Agora, se você ainda não entendeu a diferença entre as universidades privadas e comunitárias, para além do retorno social, vamos colocar as diferenças resumidas nos tópicos abaixo. Olha só:
Universidade privada
- Dono: Pessoa física ou jurídica, empresa, instituição ou entidade
- Mensalidades: Os pagamentos visam também o lucro
- Cursos: Escolhidos pela instituição, costumam oferecer os cursos mais procurados.
- Projetos de pesquisa e extensão: São criados de acordo com os interesses da instituição, dos professores e dos alunos
Universidade comunitária
- Dono: Sociedade civil, na forma de uma associação ou fundação. Legalmente, são instituições públicas não-estatais.
- Mensalidades: Servem apenas para cobrir os custos do curso e o que sobra é reinvestido na faculdade.
- Cursos: Costumam oferecer cursos menos ofertados pelas privadas, como licenciaturas.
- Projetos de pesquisa e extensão: Tem obrigação de oferecer serviços que entreguem um retorno para a comunidade.
Como escolher a universidade?
Agora que você conheceu mais sobre os tipos de instituição de ensino e descobriu a diferença entre as públicas, privadas e comunitárias, chegou a hora de escolher qual universidade cursar. Mas quais fatores devem ser levados em conta?
A verdade é que não existe uma resposta pronta. As públicas têm a vantagem de não cobrarem mensalidade, além de possuírem muitos projetos de pesquisa e extensão.
Já as particulares e comunitárias podem ser mais acessíveis, dependendo da sua região. Porém, enquanto as particulares funcionam como empresas, as comunitárias tem mais opções de bolsas e projetos sociais.
A escolha também depende do curso que você vai fazer. Como comentamos, as comunitárias costumam ter algumas graduações que não são tão encontradas nas privadas, como licenciaturas.
Ou seja, você precisa conhecer todas as faculdades que são acessíveis para você, seus programas de bolsa ou gratuidade e escolher aquela que mais se encaixe nas suas necessidades.
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Acompanhe as avaliações do MEC
Mas preste atenção! É importante também acompanhar a avaliação do MEC e saber qual a infraestrutura oferecida no campus. Além de estudar o depoimento de outros estudantes e considerar a imagem que a instituição tem na região. Pois isso vai ser determinante no momento em que você partir para o mercado de trabalho!
E se você quer mais dicas para encontrar a melhor universidade para a sua graduação, leia nosso artigo sobre o assunto! Nele, você vai entender o que levar em consideração e que tipo de vantagem uma boa faculdade pode oferecer. Confira!