Como funciona a TRI do Enem


Como funciona a TRI do Enem é certamente uma das principais dúvidas de quem pretende ingressar em uma universidade pública brasileira ou concorrer a bolsas do Prouni (Programa Universidade para todos). Afinal, 40 instituições públicas de ensino superior vão aderir integralmente ao Enem e outras 12 destinarão parte de suas vagas para esse tipo de ingresso.

A Teoria de Resposta ao Item (TRI) garante que erros e acertos possam significar notas finais diferentes. Isso porque a metodologia estatística utilizada na TRI é capaz de identificar quais perguntas o candidato respondeu corretamente e quais ele chutou. 

Parece assustador não contar com uma pontuação máxima quando a sorte está do nosso lado, não é mesmo? Mas não se preocupe. Sabendo como funciona a TRI do Enem é possível utilizá-la ao se favor. Duvida? Continue a leitura do post!

Afinal, o que é a TRI?

A TRI nada mais é do que um algoritmo utilizado pela comissão do Enem para fazer a correção da prova e pontuar as questões de cada candidato. E o objetivo de utilizar uma análise estatística é justamente evitar acertos com chutes e fomentar a cultura de que o estudante deve se preparar para a prova durante todos os anos do Ensino Médio. 

O se preparar durante todos os anos  significa manter uma rotina regular de estudo, praticar exercícios e tirar dúvidas com os professores e colega de turma. Mas, não é novidade para ninguém que o Enem exige preparação emocional para os dias de provas. Descansar no dia anterior, se manter calmo, fazer uma boa gestão do tempo e, acima de tudo, fazer uma leitura tranquila e concentrada das questões, principalmente, as com textos longos são atividades essenciais para quem quer ir bem na prova.

Trabalhando desta forma com certeza as suas chances aumentam porque a premissa da TRI é não dar vez para o chute. Confira abaixo como funciona TRI do Enem:

  • As 180 questões das quatro áreas de conhecimento são divididas entre os níveis: fácil, médio e difícil. Não há sinalização deste grau de dificuldade e tampouco uma ordem para aparecerem nas provas. Ou seja, elas são misturadas e o candidato não sabe qual questão pertence a qual grupo;
  • O algoritmo consegue identificar pelo padrão de respostas se o estudante acertou porque sabia a resposta ou porque teve sorte e chutou certo. Em outras palavras, se o candidato errar várias perguntas fáceis, mas acertar questões do nível difícil, o programa considera improvável que tenha sido por querer e considera isso como chute;
  • O sistema utilizado reduz a nota do aluno que acertou muitas questões no chute. Em outras palavras, a nota final das provas não depende apenas do número de questões acertadas, ma também do grau de dificuldade de erros e acertos.

Como o grau de dificuldade de uma questão é definido?

Você deve estar se perguntando  “Será que consigo adivinhar o grau de dificuldade e perder mais tempo nas questões mais difíceis”? Não recomendamos. E sabe o porquê? O nível de dificuldade das perguntas é definido apenas quando os cartões-respostas estão em fase de correção. Ou seja: não perca seu tempo e não fique ansioso tentando adivinhar nada!

Como funciona a TRI do Enem em relação às dificuldades das questões então? Tudo é estatística e depende do desempenho de todos os inscritos que fizeram a prova. Ou seja, questões mais acertadas entram para o grupo das mais fáceis. Por outro lado, perguntas com menos acertos são consideradas mais complexas e, consequentemente, atribuem maior pontuação à nota dos candidatos.

E como ficam as questões de dificuldade média? No meio a meio: 50% de erro e 50% de acerto. A pontuação atribuída é uma relação entre o valor da mais baixa e da mais alta.

Por que o Enem utiliza a Teoria de Resposta ao Item?

Veja a seguir quatro motivos pelos quais a TRI é importante:

1. Performance

Como já falamos anteriormente, o desempenho geral dos candidatos define os índices mínimo e máximos de performance nas disciplinas. Essas notas são divulgadas todos os anos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep).

Isso implica dizer que as notas mudam a cada ano e o ideal é que o candidato foque em manter uma rotina de estudos ao invés de se preocupar com notas de corte. Outro ponto que merece destaque é que não existe nota zero. Ou seja, caso um estudante entregue a prova em branco, receberá a nota mínima para aquela área de conhecimento.

Em 2018, por exemplo, as notas máximas e mínimas por área de atuação foram:

  • Ciência da Natureza e suas TecnologiasMínima: 362,5 Máxima: 869,6
  • Ciências Humanas e suas Tecnologias: Mínima: 387,2 Máxima: 850,4
  • Linguagens, Códigos e suas Tecnologias: Mínima: 318,8 Máxima: 816,9
  • Matemática e suas Tecnologias: Mínima: 360 Máxima: 996,1

Para você ter uma noção mais ampla da variação das notas máximas e mínimas. Em 2017, a área de Ciência da Natureza e suas Tecnologias teve nota mínima de 298 e nota máxima de 885,6. 

2. A TRI garante isonomia das provas

A Organização das Nações Unidos (ONU) já divulgou uma nota reforçando que graças a TRI o Enem garante a isonomia das provas. Portanto, todos os candidatos estão sujeitos às mesmas oportunidades mesmo quando o exame é feito em dias diferentes. 

Para o órgão, a forma como funciona a TRI do Enem tem respaldo na literatura científica internacional, além de ressaltar que o modelo de prova adotado prioriza as habilidades analíticas e reflexivas dos alunos, deixando de lado a memorização de conteúdo, o ultrapassado “decoreba”. 

3. A TRI evita chutes

Como falamos anteriormente, a TRI qualifica o candidato por meio do grau de dificuldade das questões acertadas e possibilidade do chute. O algoritmo utilizado pelo Inep consegue prever quem tem habilidade em determinado assunto e quem não tem.

Ou seja, da forma como funciona a TRI do Enem não existe a comparação em uma área do conhecimento em relação a outra. Os resultados são afetadas pelo grau de dificuldade de cada prova e o desempenho dos estudantes em cada uma delas. Ou seja, acertar 40 itens em matemática, por exemplo, não significa que o candidato tenha mais conhecimento nesta área do que em Ciência da Natureza, e vice-versa.

4. A TRI permite que a prova seja feita em outra data

Outro diferencial da como funciona a TRI do Enem é que a metodologia utilizada permite que as provas sejam elaboradas de formas diferentes para o mesmo exame. Além disso, os exames também podem ser aplicados em qualquer período do ano, com o mesmo grau de dificuldade e sem abrir mão da isonomia dos estudantes.

Em 2009, por exemplo, alguns municípios do Espírito Santo foram atingidos por enchentes que impossibilitaram a realização das provas com os demais estudantes. Para não prejudicar esses alunos, o Inep aplicou a prova em Brejetuba e Ibatiba no mesmo dia em que o Enem é realizado nos presídios de todo país.

Vamos quebrar alguns mitos sobre a TRI?

Não deixe perguntas sem respostas

Um chute identificado reduz a nota, mas é melhor acrescentar alguns pontos a mais do que ficar sem nenhum, não é mesmo? Em outras palavras, uma resposta certa sempre tem a acrescentar, seja um acerto real ou o chute. Lembre-se que são centésimos que separam o candidato da vaga.

Adivinhar as perguntas mais complexas

Como falamos lá em cima, não perca tempo da prova com isso. Sabemos que cada minuto é precioso. Tente gerenciar o seu tempo de forma a ler cada questão com calma, visando o acerto independentemente do grau de dificuldade da questão.

O TRI não foi criado para dificultar

Pelo contrário, o objetivo é dar isonomia aos estudantes. Prepare-se para a prova, equilibre momentos de estudo com descanso e mantenha a calma. Independentemente de como funciona a TRI do Enem, é o estudante mais preparado que leva vantagem e garante o ingresso na universidade.

Gostou de saber como funciona a TRI do Enem? Se ficar alguma dúvida, escreva nos comentários. Leia outros assuntos relacionados a Enem e vestibular no blog Vai de Bolsa

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