“Fui mal no Enem, e agora?” Primeiramente, respire fundo e descubra com este texto que nem tudo está perdido. Em segundo lugar, a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser usada em diferentes programas de acesso ao ensino superior. Para cada um deles, a nota mínima necessária varia bastante.
Em suma, a dica principal é manter a cabeça fria para tomar a decisão que melhor se encaixar no seu caso. Ao longo do texto, você verá explicações sobre como funcionam os programas disponíveis.
Pontuação no Enem
Aliás, seja sincero consigo. A sua ideia de “fui mal no Enem” tem razão de existir ou é a ansiedade falando mais alto? Assim, antes de continuar lendo o texto, tenha em mente o que você realmente sabe sobre o seu desempenho.
Talvez a nota da redação nem tenha saído ainda e você já está aí achando que deu adeus à faculdade. Em primeiro lugar, pare de ficar comparando o número de acertos na prova objetiva com os dos seus colegas. O cálculo da nota do Enem funciona de um jeito bem peculiar e nem sempre mais acertos significam notas mais altas.
Afinal, o Enem segue um modelo chamado Teoria de Resposta ao Item (TRI). A TRI é um modelo matemático que leva em consideração o grau de dificuldade de cada questão e a coerência do estudante que faz a prova.
Por isso você recebe pontuações diferentes se acerta perguntas fáceis, médias ou difíceis. Logicamente, as difíceis valem mais pontos. Porém, não é só isso.
Por exemplo, quando você acerta muitas questões difíceis, poucas médias e poucas fáceis, a TRI identifica que você chutou a maioria das respostas. A partir disso, as pontuações mudam e sua nota diminui. Justamente, porque ela leva em consideração a coerência.
Lembrando que a TRI vale para as perguntas objetivas, a nota da redação é outra história. Saiba mais sobre este sistema de avaliação neste outro artigo do Vai de Bolsa.
O que significa dizer “fui mal no Enem”?
Vamos considerar que seu principal objetivo é passar em uma universidade pública da sua cidade ou até em outro Estado. Assim sendo, você se inscreveu no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O Sisu é a plataforma do Ministério da Educação na qual estudantes de todo Brasil podem se cadastrar para conquistar vagas em instituições públicas de ensino.
No entanto, a nota que você tirou na prova objetiva somada à da redação não deram o resultado esperado. Em resumo, você viu que pela nota de corte do curso escolhido no sistema, sua performance foi insuficiente e você provavelmente vai ficar de fora.
Infelizmente isso pode ocorrer, mas se as inscrições ainda estiverem rolando, há chances. Afinal, esse “fui mal no Enem” é bem relativo porque a nota de corte não é definitiva.
Uma vez que existam outros candidatos de olho nas vagas e eles escolherem trocar de curso, isso vai influenciar direto na nota de corte e também na sua classificação parcial. Nesse cenário, o que você definiu como “fui mal no Enem”, pode mudar.
Se o período de inscrições já está acabando e você viu que ficou sem nenhuma vaga, ainda temos a lista de espera. Aliás, independentemente da lista de espera que você escolher ficar, na da primeira ou da segunda opção de curso, esteja atento às chamadas que podem ser feitas depois pela instituição de ensino.
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Cursos mais e menos concorridos
Antes de dizer “fui mal no Enem”, dê uma olhada nas médias de pontuação para os cursos mais e menos concorridos no primeiro semestre do Sisu. Lembre-se que a nota de corte é só uma referência para ajudar o candidato durante a inscrição, ela varia bastante nos três dias de seleção.
Além disso, um mesmo candidato pode ter notas diferentes para cada curso escolhido. Isso porque as instituições podem atribuir pesos distintos para as áreas de conhecimento da prova do Enem.
Média de 700 a 850 pontos (mais concorridos)
1º. Medicina
2º. Odontologia
3º. Engenharia Civil
4º. Direito
5º. Arquitetura e Urbanismo
Média de 580 a 650 pontos (menos concorridos)
1º. Pedagogia
2º. História
3º. Geografia
4º. Gestão de Recursos Humanos
5º. Sistemas de Informação
Saiba mais sobre os cursos menos concorridos neste artigo.
Agora, vamos imaginar que você só conseguiu vaga para o curso da sua segunda opção. Vale a pena refletir sobre essa decisão. Você realmente se imagina cursando essa outra graduação? Ou vai se matricular no plano B só para não passar mais um ano fora da faculdade? Se ainda estiver sonhando com o plano A, há saída.
Faculdade particular
Uma das opções hoje de você conseguir estudar exatamente no curso que pretende é tentar uma vaga em uma universidade paga. Existem inúmeras opções no mercado, mas atenção: procure uma instituição que seja reconhecida pelo MEC. Isso fará diferença na sua preparação e reconhecimento do seu diploma.
Em um primeiro momento entrar em uma faculdade paga pode parecer algo distante, mas saiba que além dos programas do próprio governo que ajudam a obter acesso, existem bolsas dessas próprias instituições que podem tornar o seu sonho possível.
Instituições com opções de cursos a distância ajudam a reduzir os custos com deslocamento e alimentação, por exemplo. Por isso, vale a pena conferir as opções e colocar os valores gastos com o ensino superior na ponta do lápis antes de descartar esta possibilidade.
Possibilidades além do Sisu
No início do texto foi falado que nem tudo estava perdido e é verdade. Para entender melhor, descubra como funcionam outros programas de acesso ao ensino superior.
Fies
O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) também é um programa do MEC. Ele foi criado em 2001 a partir da lei Lei nº 10.260. Estudantes que participaram do Enem (a partir de 2010) e que tenham obtido pelo menos 450 pontos nas provas objetivas e não tenham zerado a redação, podem se inscrever no Fies.
Por meio dele, você pode tentar financiar toda sua graduação em faculdades particulares a juros zero ou uma parte dela a juros menores. Tudo vai depender da sua renda familiar. O Fies foi reformulado recentemente e agora tem duas modalidades.
Fies (modalidade I): Aqui o candidato concorre a vagas em faculdades particulares com mensalidades a juros zero. Para tal, precisa ter renda mensal familiar per capita de, no máximo, três salários mínimos.
P-Fies (modalidade II): Essa modalidade de financiamento é para candidatos com renda mensal familiar per capita de até cinco salários mínimos. Aqui as condições do financiamento serão definidas entre o banco (agente financeiro operador do crédito), o estudante e a instituição de ensino.
Você pode saber mais sobre o funcionamento do Fies aqui no blog.
Prouni
O Programa Universidade para Todos (Prouni) oferece bolsas de estudos integrais ou de 50% em faculdades particulares. Para isso, o aluno deve ter feito todo o ensino médio em escola pública. Ele foi criado em 2005, a partir da Lei nº 11.096.
Para participar, o candidato deve ter renda mensal familiar per capita de até um salário mínimo e meio para bolsas totais e de até três salários mínimos para as parciais.
Assim como no Fies, o candidato precisa ter alcançado nota mínima de 450 nas provas objetivas do Enem e nota maior que zero na redação. Inclusive, estudantes que tenham conseguido bolsa parcial, podem se inscrever no Fies para tentar financiar o restante do valor do curso.
Convênio fora do país
Você sabia que pode usar sua nota do Enem para começar seu ensino superior em Portugal? São mais de 40 universidades disponíveis no convênio. Cada uma estabelece as próprias regras para o ingresso do aluno.
Pense no seu futuro
Depois de ler o texto, surgiu uma esperança ou você ainda vai ficar repetindo triste “fui mal no Enem”? Pense sobre as suas opções, converse com seus pais, toque ideias com amigos que estão passando pela mesma situação. Fale com eles sobre o Sisu, o Fies, o Prouni e a faculdade particular da sua cidade que oferece o curso que você deseja.
Contudo, se o seu “fui mal no Enem” é real, então você já imagina que vai precisar repetir a prova. Prepare-se! Aqui no blog Vai de Bolsa você encontra várias dicas de estudo. Esteja atento às oportunidades e não desista do seu sonho. Até a próxima!