Existem muitos detalhes e informações sobre a graduação mais concorrida nos vestibulares de todo o Brasil. Nesse artigo, você vai saber como é o curso de medicina, grade curricular, duração do curso, explicações sobre as especializações e o que esperar do atual mercado de trabalho.
A saúde humana é o principal objeto de estudo do bacharel em Medicina. Sendo assim, ele vai precisar se dedicar muito para compreender o funcionamento básico do corpo humano em todas as suas complexidades.
A rotina de um médico requer conhecimentos específicos sobre doenças e medicamentos. Além de sensibilidade com as necessidades físicas e psicológicas daqueles que o procuram. Com exceção dos que escolhem a área de pesquisa, a maior parte dos profissionais vai lidar com pacientes diariamente.
Tudo isso exige desse profissional cuidado em relação aos princípios éticos da profissão, capacidade de ação, e, ao mesmo tempo, resiliência para lidar com situações diversas no dia a dia.
Como é o curso de Medicina?
As últimas diretrizes curriculares do curso de Medicina foram definidas pelo Ministério da Educação em 2014. A formação nesse curso irá se desdobrar nas seguintes áreas: atenção à saúde, gestão em saúde e educação em saúde.
O primeiro eixo vai se preocupar com a pessoa que será atendida e as características que a tornam única dentro do contexto onde vive. Sua diversidade biológica, étnico-racial, subjetiva, de gênero, orientação sexual, socioeconômica, política, ambiental, cultural e ética.
Na gestão em saúde, os ensinamentos visam a formação de um médico que deverá entender os princípios, diretrizes e políticas do sistema de saúde. Participando de atividades de gerenciamento e administração para promoção do bem-estar coletivo.
O último eixo vai focar na responsabilidade que o próprio estudante também deve ter por seu aprendizado. Na educação em saúde, a autonomia intelectual, responsabilidade social e o compromisso com futuras gerações fazem parte dos entendimentos do estudante de Medicina.
De acordo com dados de 2017 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), há 298 cursos de Medicina no país. Lembrando que não existe curso de Medicina a distância, apenas na modalidade presencial.
Grade curricular
A duração do curso é de 6 anos. Para entender como é como o curso de Medicina, tenha em mente que a grade curricular é dividida em ciclos.
Nos dois primeiros anos você vai se deparar com matérias básicas, como anatomia, biologia celular, saúde da família, entre outras.
No terceiro e quarto ano é o ciclo clínico. Aqui você receberá noções de várias especialidades, ginecologia e oftalmologia, por exemplo. Você visita hospitais e até ouve e discute casos reais de pacientes, mas tudo de forma limitada e mais superficial que a fase seguinte.
Nos dois últimos anos ocorre o internato.
Como é o estágio
O internato é o estágio obrigatório da Medicina. Essa fase é bastante aguardada pelos estudantes. Ele é parte fundamental da graduação porque é quando o aluno começa a vivenciar a profissão escolhida. Mais do que associar teoria e caso real, o estudante vai ter contato diário com pacientes em tratamento.
Com a rotina pautada dentro do hospital, nesse período o estudante tem a oportunidade de tirar muitas dúvidas e rever assuntos que tenham ficado vagos nas salas de aula.
Vale destacar que no mínimo 30% da carga horária do internato deve ser feita na Atenção Básica e em Serviço de Urgência e Emergência do SUS. O restante do internato, ou seja, 70% do período deverá abordar aspectos essenciais de Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia Obstetrícia, Pediatria, Saúde Coletiva e Saúde Mental.
O Sistema Único de Saúde (SUS) perpassa todas as áreas do curso de Medicina. Isso porque além de ser uma possível área de atuação médica, o SUS é o sistema público de saúde do Brasil.
Outro ponto importante previsto na diretriz curricular do curso de Medicina é que o estudante deverá realizar uma avaliação específica a cada dois anos.
A prova é obrigatória e deve analisar as habilidades e o aprendizado do aluno. Os resultados dessa avaliação farão parte do processo de classificação para os exames dos programas de residência médica.
Residência Médica
O internato é a última etapa do curso. Depois disso, você está pronto para receber o diploma de bacharel em Medicina. Ao contrário dos que muitos pensam, ao concluir a graduação você se torna médico e não clínico-geral. Para ser clínico-geral é necessário fazer especialização, ou seja, residência em clínica médica.
A residência médica é a etapa de especialização do profissional de Medicina. Essa é a fase em que você poderá escolher se deseja ser Pneumologista (especialista em pulmões), Urologista (especialista em vias urinárias), se quer Cirurgia ou enfim. Qualquer uma das 55 especializações reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O tempo de residência pode variar de 2 a 3 anos. Contudo, a duração pode mudar de acordo com a especialidade escolhida. Aliás, escolher a especialidade pretendida é só a primeira etapa. Depois você terá que fazer um teste com questões teóricas e práticas. Aí vem a análise do currículo e, por último, a entrevista pessoal.
Durante a residência, prepare-se para trabalhar muito e fazer de tudo um pouco dentro do hospital (além de aprender sobre a área da sua especialidade). Lembrando que aqui o profissional já é remunerado por suas atividades, algo que não ocorre durante o internato.
Segundo dados do estudo Demografia Médica no Brasil 2018, 6 especialidades concentram mais da metade (63,6%) dos médicos especialistas no país. Veja quais são:
- Anestesiologia
- Medicina do Trabalho
- Ortopedia e Traumatologia
- Cardiologia
- Oftalmologia
- Radiologia e Diagnóstico por Imagem
Isso não significa que o mercado de trabalho esteja saturado de profissionais nessas especialidades, pois há desigualdade na distribuição de médicos nas regiões do país. O estudo já citado também aponta que há capitais com mais de 12 médicos por mil habitantes e regiões do interior do país que não chegam a ter um médico por mil habitantes.
Mercado de Trabalho
Agora que você já entendeu como é o curso de Medicina, saiba que após alcançar sua formação, você pode ir além dos consultórios e hospitais. Existem áreas que estão crescendo no país e que também carecem de profissionais de medicina. Conheça algumas:
Home care – O serviço de home care, em português, “atendimento domiciliar”, nada mais é que a internação em casa. Normalmente, pessoas com doenças crônicas e/ou que necessitam de acompanhamento contínuo contratam esses serviços.
Assim, em algumas empresas de home care, se o paciente tiver um mal súbito, uma ligação é feita e a equipe médica se desloca com uma ambulância até a casa dele. Em outros tipos, a internação ocorre de fato e há a presença de um técnico de enfermagem na residência de forma contínua.
Um dos propulsores do home care é o aumento da expectativa de vida no Brasil junto à tendência de crescimento no número de idosos. Por consequência, doenças decorrentes de idades mais avançadas também tendem a aparecer.
Telemedicina – A telemedicina consiste em toda prática médica feita a distância com uso de tecnologia. Essa atividade pode contar com o intermédio de aparelhos telefônicos, computadores, etc. Atualmente, a telemedicina já faz parte de um conceito mais amplo que une Medicina e o uso de Inteligência Artificial. O eHealth utiliza a internet em união com outras tecnologias da informação a fim de promover processos clínicos melhores.
No Brasil, já existe a Rede Universitária de Telemedicina (Rute), cujo objetivo é apoiar o melhoramento de projetos em telemedicina que já ocorrem no país e incentivar a criação de novos trabalhos interinstitucionais.
Média salarial
De acordo com uma lei de 1961, o salário mínimo dos médicos deve ser de 3 vezes o salário mínimo vigente para uma jornada de 20 horas semanais. No entanto, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) fixou o salário base da categoria para 2019 em R$ 14.134,58 para a mesma quantidade de horas.
Na prática, a média salarial de um médico varia entre R$ 4,8 mil e R$ 19 mil. Essa variação ocorre por causa da experiência profissional e pela esfera de atuação do médico (pública ou privada). Além disso, as especializações também influenciam nessa equação.
Agora que você já entendeu como é o curso de Medicina, saiba quais são as melhores faculdades de Medicina do Brasil. Acompanhe outros artigos sobre carreira e educação aqui do blog Vai de Bolsa. Até a próxima!