Ao longo dos anos, as mulheres têm conquistado seu espaço e recebido destaque em diversas áreas de atuação. Mas você já se perguntou sobre qual o reconhecimento das mulheres na Ciência? Aliás, você saberia dizer o nome de pelo menos três mulheres que ganharam destaque por seus trabalhos na Ciência?
Muitos vão citar a cientista e física polonesa Marie Curie, a primeira pessoa e única mulher a ganhar duas vezes o Prêmio Nobel, um em Química e outro em Física. Mas diferente de Marie Curie, muitas mulheres que tiveram conquistas incríveis na área da Ciência acabaram no esquecimento ou no anonimato.
Por isso, convido você a conhecer cinco incríveis histórias de mulheres na Ciência. Elas superaram desafios e tiveram conquistas que impactaram a vida de milhares de pessoas. Confira:
1 – Marie Curie
Nascida na Polônia em 1867, Marie Curie ficou órfã de mãe aos 10 anos e foi criada pelo pai, um professor de Física e Matemática. Aos 17 anos, Marie trabalhou como governanta e professora. E com o salário ganhou ajudou a pagar os estudos de sua irmã mais velha em medicina.
Anos depois, a mesma irmã ajudou Marie a realizar seu sonho: estudar na Université Paris-Sorbonne. Lá, Marie se graduou em Física em 1893 e em Matemática em 1894. Após a graduação, Marie Curie foi aprovada em primeiro lugar no exame de mestrado para Física e, no ano seguinte, em segundo lugar para Matemática.
Já no doutorado, em 1895, Marie Curie conheceu o marido Pierre Curie e, juntos começaram a trabalhar em pesquisas magnéticas e elétricas. Entre as principais descobertas do casal Curie estão o polônio e o rádio. Ambos elementos batizados por Marie.
A primeira grande premiação ocorreu em 1903, quando o casal recebeu o Prêmio Nobel de Física por descobertas relacionadas a radioatividade. Marie foi a primeira mulher agraciada pela premiação.
Em 1911, Marie Curie conquistou o seu segundo Prêmio Nobel, mas agora em Química. A cientista teve seu trabalho sobre as propriedades do rádio e características de seus compostos reconhecido e premiado mundialmente. Marie Curie se tornou a grande representante feminina na Ciência e é a primeira pessoa a receber o Prêmio Nobel duas vezes.
2 – Maria Gaetana Agnesi
Linguista, teóloga, benfeitora, filósofa e matemática italiana. Maria Gaetana Agnesi nasceu em 1718 e é a primeira mulher a ser reconhecida como matemática.
Agnesi recebeu grande influência de seu pai, um professor de Matemática na Universidade de Bolonha, que deu a ela uma educação privada de extrema qualidade. A jovem cresceu orientada por tutores e tendo a sua disposição uma rica biblioteca.
E um destaque importante: àquela época não era comum que as mulheres recebessem formação educacional. Por anos, Agnesei dedicou-se ao estudo das Ciências Humanas, mas sua grande paixão sempre foi a Matemática.
Em 1748, Agnesi publicou sua primeira obra, o livro “Instituições analíticas para o uso da juventude italiana”. A publicação é o primeiro livro que traz Aritmética, Cálculo Diferencial, Séries Infinitas e Equações Diferenciais, Álgebra, Trigonometria e Geometria, e foi adotado por diversas escolas da época.
Em 1750, após o falecimento do pai, Agnesi foi convidada a ocupar sua cadeira na Universidade da Bolonha e, anos mais tarde, dedicou-se a caridade e à a religião.
3 – Ada Lovelace
Augusta Ada King, a Condessa Lovelace é conhecida como a primeira programadora de todos os tempos. Nascida em 1815, Ada Lovelace era filha do poeta Lord Byron e sua esposa Baronesa Byron. Lord Byron, que não admitia ter uma filha, acabou abandonando a família. Com isso, Ada foi criada pela mãe, a grande incentivadora do seu interesse pela matemática.
Amiga do cientista Charles Babbage, Ada o ajudou em seu projeto sobre a Máquina Analítica, criada para executar e imprimir cálculos matemáticos. A jovem foi a responsável pelo algoritmo que permitia a máquina calcular os números de Bernouilli.
Nos anos de 1842 e 1843, Ada dedicou-se a um estudo sobre o motor e criou um algoritmo para ser processado por máquina. Este algoritmo é considerado o primeiro programa de computador. Todo o trabalho de Ada influenciou cientistas do mundo todo, e permitiu que hoje tenhamos acessos a computadores, smartphones e demais tecnologias computadorizadas.
Ada não teve reconhecimento em vida. Porém, já há alguns anos, o dia 15 de outubro é considerado o Ada Lovelace Day. A data foi criada por Suw Charman-Anderson para celebrar as conquistas das mulheres na ciência.
4 – Mae Jemison
Nascida em 1952, Mae Jamison foi a primeira astronauta negra a participar de uma missão espacial. Tinha formação em Engenharia Química na Universidade Stanford e em Medicina na Universidade Cornell. Mae Jamison ultrapassou muitas barreiras e venceu o preconceito para conquistar o seu lugar na Ciência.
Em 1987, Mae ingressou na Nasa e em 1992 fez parte da tripulação do Endeavour, um ônibus espacial que orbitou a Terra entre os dias 12 e 20 de setembro daquele ano. Durante a Missão Espacial, Mae investigou células ósseas. O objetivo era observar como girinos se desenvolvem em ambientes sem gravidade.
Atualmente, Mae Jemison possui um programa internacional de ciência para crianças, “The Earth We Share” e lidera a organização “100 Year Starship”, que tem como objetivo enviar humanos para além do Sistema Solar nos próximos 100 anos.
5 – Nise da Silveira
A psiquiatra alagoana Nise da Silveira revolucionou o tratamento de doentes mentais no Brasil e é aclamada pela comunidade médica em diversas partes do mundo. Nascida em 1905, Nise se formou em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia e foi a única mulher de sua turma, que tinha 157 alunos.
Nise atuou em clínicas e hospitais psiquiátricos no Rio de Janeiro. Durante o Estado Novo de Getúlio Vargas se tornou uma presa política. À época, a médica ficou presa por 18 meses, chegando a dividir a mesma cela com Olga Benário.
A partir de 1944 iniciou seus trabalhos no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II. Desde então passou a lutar por um tratamento humanizado aos pacientes com transtornos mentais. Nise lutou contra o uso de eletrochoques, camisas de força e isolamentos. E esse posicionamento causou-lhe uma transferência para a sessão de Terapia Ocupacional, uma área com menos recursos de desprezada na época.
Foi neste período que a médica, junto ao médico Fábio Sodré, revolucionou o tratamento de doenças mentais. Ela permitiu que pacientes realizassem atividades do dia a dia, além de estimular a interação com animais.
Um dos trabalhos de destaque foi a inserção de pacientes com esquizofrenia ao mundo das artes. O fruto disso foi uma exposição que ganhou notoriedade internacional, inaugurada e apoiada por Carl Gustav Jung. Carl foi um dos grandes nomes no estudo da psique humana.
A história de Nise da Silveira é contada em diversos documentários e, recentemente ganhou o filme “Nise – O Coração da Loucura”.
Os maiores desafios das mulheres na Ciência
Conhecer a história dessas mulheres é fundamental para inspirar estudantes a ingressarem no mundo da Ciência e conquistarem o seu espaço. Ainda hoje, o número de mulheres nos cursos de Exatas é bem menor do que o número de homens. Mas, nem por isso, essas mulheres devem se sentir oprimidas. Muito pelo contrário.
Inspiradas por essas e outras mulheres é que essas jovens devem lutar por seu espaço e defender suas ideias. E essa luta deve ir além das universidades.
No campo da política, é preciso cobrar incentivos e a regulamentação de diversos pontos. Temos como exemplo a licença-maternidade, a equidade de salários, entre outros.
Leia também: Profissões preferidas pelas mulheres: conheça 10 carreiras e os salários
Exatas sem preconceito
Se você, mulher, se interessa pelo mundo das Exatas, busque conhecer mais sobre essas mulheres e de que forma elas combateram o preconceito. Isso porque com estudo e muita competência, elas revolucionaram a Ciência mundial.
Busque por oportunidades de estudo. Em nosso blog você encontra dicas de preparação para o Enem e para o mercado de trabalho. Ha também informações sobre bolsas de estudo e demais capacitações.
Seja também uma das mulheres na Ciência e incentive outras mulheres a seguirem esse caminho. Conheça também o Prêmio Viva seu Sonho, que oferece bolsas de estudos para mulheres.