A cada ano, o Brasil passa por muitas mudanças, em diferentes áreas. A educação, claro, não poderia ficar de fora. Uma das grandes transformações dos últimos anos está na Lei n.º 13.415, de 2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do ensino médio. Essa alteração, chamada de Novo Ensino Médio, ampliou o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais até 2022.
Além disso, o Novo Ensino Médio definiu uma nova organização curricular, mais flexível, com uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes. Essas escolhas, chamadas de itinerários formativos, apresentam foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional. Confira em detalhes o que mudou e tire as suas dúvidas sobre o assunto.
Mas, afinal, qual é a proposta do Novo Ensino Médio?
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o Novo Ensino Médio visa garantir uma educação de qualidade aos jovens brasileiros e aproximar as escolas da realidade dos estudantes de hoje. Outra grande vantagem da nova proposta é que 40% da grade curricular é escolhida pelos próprios estudantes.
Das 13 disciplinas até então obrigatórias, o ensino médio passa a ter um currículo flexível, sendo que aproximadamente metade da carga horária ficará para o estudante escolher. Como já citado anteriormente, a carga horária mínima passou de 800 para 1.000 horas anuais, uma média de quatro para cinco horas diárias. O prazo para que as instituições cumpram essas cinco horas de aula por dia vai até 2022.
Segundo o MEC, as escolas devem oferecer disciplinas opcionais relacionadas a percursos escolhidos pelos alunos, o que pode favorecer uma integração do ensino regular com o ensino técnico.
Confira os cinco itinerários formativos que fazem parte do Novo Ensino Médio:
- Linguagens;
- Matemática;
- Ciências Humanas;
- Ciências da Natureza;
- Ensino Profissional.
Redes públicas e colégios particulares poderão desdobrar esses itinerários formativos em trajetos que combinem matérias de diferentes percursos. Porém, as escolas são obrigadas a oferecer apenas um itinerário. Fica a critério de cada colégio, conforme a proposta do Novo Ensino Médio, ofertar mais de uma opção de percurso aos estudantes.
Nessa reforma do ensino, surge ainda a possibilidade para aulas a distância. De acordo com o MEC, até 20% das aulas poderão ser oferecidas na modalidade EaD. No período noturno, esse volume pode chegar a 30% da carga horária do curso.
Saiba mais sobre os itinerários formativos que oferecem flexibilização no Novo Ensino Médio
Em abril de 2019, o Diário Oficial da União publicou os eixos que devem guiar os itinerários formativos do Novo Ensino Médio. Segundo a publicação, eles deverão ser voltados ao empreendedorismo, à investigação científica, à mediação e à intervenção sociocultural.
Quando implementada a reforma do ensino médio, a carga horária ficará dividida entre as disciplinas obrigatórias, que ocuparão 60% do tempo dos alunos, e os itinerários formativos. As disciplinas obrigatórias do Novo Ensino Médio continuam sendo as de Língua Portuguesa, Matemática e Inglês – que são obrigatórias, na verdade, a partir do sexto ano do ensino fundamental.
Assim, na prática, os itinerários formativos serão uma formação à parte que será escolhida por cada estudante a partir de suas preferências e das intenções que ele tem para seguir uma carreira no futuro.
De acordo com o Guia do Estudante, o Novo Ensino Médio aponta as seguintes possibilidades de disciplinas para os diferentes itinerários formativos:
- Linguagens: Português, Inglês, Artes e Educação Física;
- Ciências da Natureza: Biologia, Física e Química;
- Ciências Humanas e Sociais: História, Geografia, Sociologia e Filosofia;
- Formação Técnica e Profissional: nessa parte da formação entram os eixos estruturantes publicados no Diário Oficial da União, ou seja, Empreendedorismo, Investigação Científica, Mediação e Intervenção Sociocultural.
Com a flexibilização do conteúdo, os alunos terão diferentes oportunidades para escolherem as disciplinas complementares. Além disso, terão a possibilidade de fazer um curso técnico nesse período. Caso optarem por essa direção, no final dos três anos do ensino médio, os alunos terão os dois certificados e poderão se apresentar para o mercado muito mais qualificados.
A escolha das disciplinas optativas no Novo Ensino Médio
Além do aprendizado comum e obrigatório, definido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o estudante poderá escolher e se aprofundar nas disciplinas que mais se relacionam com seu interesse e talento.
Como comentamos antes, essa escolha se dará através dos itinerários formativos relacionados às diferentes áreas do conhecimento e através da formação técnica e profissional. O indicado para o estudante, nessa fase, é que ele tenha atenção não apenas às áreas nas quais ele identifica uma aptidão maior como, também, às tendências do mercado de trabalho.
Um dos ganhos da Base Nacional Comum Curricular que estabelece o Novo Ensino Médio é a garantia que ela fornece para a aprendizagem comum e obrigatória. Essa aprendizagem está ligada aos itinerários que preparam os jovens para a vida.
Afinal, todo estudante tem o direito de aprender aquilo que é a essência para prosseguir no seu caminho após a escola, adquirindo as capacidades necessárias para buscar e realizar uma vida digna e alinhada com o futuro que ele sempre sonhou. Esse é o propósito do Novo Ensino Médio.
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