Discurso direto e indireto: quais são as diferenças?

discurso direto e indireto

Quais são as opções que temos para reproduzir falas ou pensamentos de interlocutores ou personagens em um texto? É disso que estamos falando quando abordamos a questão do discurso direto ou indireto. Ou seja, discurso direto e indireto são tipos de discursos que usamos para inserir falas e pensamentos de personagens no gênero narrativo. Ainda podemos acrescentar uma terceira forma textual utilizada com essa mesma finalidade: o discurso indireto livre. 

Você sabia que o discurso direto, por exemplo, é muito cobrado no Enem? Pois é, se você vai fazer a prova e esse tema ainda não entrou na sua planilha de estudos, está na hora de acrescentá-lo a ela. Ainda que esse tema não seja nenhum bicho de sete cabeças, pode ser que ele cause algumas dúvidas, o que é supernormal.

Nesse artigo, vamos abordar as principais diferenças entre essas formas textuais e explicar por que você precisa estudá-las. Vem com a gente! 

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O que são discurso direto e indireto?

Antes de mais nada, vamos lembrar quais são as definições de discurso, segundo os dicionários: 

1. Fala, oratória. 

2. Prática, sermão, oração. 

3. Conjunto ordenado de frases, ditas em público ou escritas.

Agora observe os discursos abaixo:

1) O juiz perguntou:

– Algo a declarar?

2) O juiz perguntou se havia algo a declarar.

3) Então, o juiz conduzia a sessão e tentava o mais rápido que podia fazer a conciliação. Logo hoje que tenho uma agenda cheia! Ele não sabia se conseguiria resolver aquela situação. Tomara que eu consiga!

Existem grandes diferenças na organização dos discursos acima, não é mesmo? No primeiro caso, tenta-se reproduzir fielmente como a fala acontece. 

Já no segundo, percebe-se que essa referência ganha um aspecto indireto, ou seja, não há uma descrição exata do que foi dito. 

E, finalmente, no terceiro caso, temos os dois modelos linguísticos, direto e indireto. Há, ao mesmo tempo, uma descrição fiel da fala do interlocutor, bem como uma referência indireta a ela dentro do mesmo discurso. 

Essas três formas de referir-se às palavras ou pensamentos de interlocutores são chamadas de discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. Cada uma delas possui características específicas que vamos analisar agora.

O discurso direto

Discurso direto é o texto, oral ou escrito, da fala de alguém, na íntegra. É quando as palavras de outra pessoa ou personagem são reproduzidas e separadas das falas do narrador.

Isso significa, em outras palavras, que é o próprio personagem que fala dentro da história. Veja dois exemplos:

Antônio disse:

— Vocês estão julgando esta moça sem saber da história toda!

“Vocês estão julgando esta moça sem saber da história toda”, disse Antônio.

Repare que o mesmo trecho pode ser representado utilizando aspas ou o travessão. A mudança de um para outro tem fins meramente estilísticos, não alterando o sentido do que é dito ou contado.

As palavras que introduzem ou explicam o que é expresso no discurso direto (disse, respondeu, redarguiu, falou, afirmou etc.) são chamadas de “verbos de elocução”. Esses verbos podem vir antes ou depois da fala dos personagens. 

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O discurso indireto

Já o discurso indireto acontece quando o próprio narrador diz o que outra pessoa ou personagem disse. Portanto, o narrador utiliza suas palavras para transmitir a fala dos personagens. Esse tipo de discurso sempre é feito na terceira pessoa. Além disso, também são utilizados verbos de elocução para anunciar o discurso, além de conjunções que separam a fala do narrador das falas dos personagens (que e se).

Vamos analisar como fica o discurso direto que vimos acima na forma de discurso indireto: 

Antônio disse a eles que estavam julgando a moça sem saber da história toda.

Por meio desses dois exemplos fica bem clara a diferença entre os dois discursos, você não acha?

Repare que, no caso do discurso indireto, os verbos de elocução também são usados. Porém, separam-se da fala dos personagens pelo uso das conjunções adverbiais, como “que”, “se”, “onde”, etc.

Mas ainda temos uma terceira forma de discurso, que é considerada uma variação do discurso indireto. Por isso, veremos mais sobre ela a seguir. 

discurso direto e indireto

O discurso indireto livre

No discurso indireto livre, além de dizer as falas de outra pessoa ou personagem, o narrador também toma o lugar da outra pessoa para relatar seus sentimentos e desejos. Faz isso ao mesmo tempo em que coloca sua própria narrativa.

Ou seja, o discurso indireto livre acontece quando o narrador é onisciente e sua “voz” se mistura à “voz” do personagem. 

Veja nosso exemplo anterior, agora na forma de discurso indireto livre, para entender melhor:

Era muito angustiante. Antônio tinha certeza de que estavam julgando a moça sem saber da história toda. Ele afirmou isso aos presentes com todas as letras, mas foi ignorado. Quanta injustiça!

Ou seja, por alguns instantes, é como se o narrador assumisse o papel do personagem para retratar tão fielmente seu ponto de vista que ambos parecem a mesma pessoa, ao menos naquele momento.

Repare que, no discurso indireto livre, não há o uso de dois-pontos, aspas ou travessões. Também não é necessário fazer uso das conjunções adverbiais.

O discurso indireto livre tem sido amplamente utilizado na literatura moderna.

Quando usar o discurso direto e indireto?

Resumindo, podemos dizer que o discurso direto permite que os personagens falem em primeira pessoa, enquanto o indireto é caracterizado pela narração em terceira pessoa. 

No primeiro caso, o tempo verbal é aquele da ação como vista pelo personagem. No segundo caso, o tempo verbal utilizado é quase sempre o passado, já que o narrador conta como algo aconteceu e daí o seu distanciamento, tanto emocional quanto temporal.

O discurso direto é melhor para aproximar o leitor dos personagens, ao permitir que eles falem por si na narrativa. O discurso indireto, por sua vez, é mais “frio” e direto ao ponto, conferindo, portanto, mais fluidez e ritmo a uma história.

Praticamente qualquer trecho que esteja no discurso direto pode ser transposto para o discurso indireto e vice-versa. Então, optar por um ou outro é uma questão de estilo. Vamos ver mais sobre isso a seguir.

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Discurso direto e indireto: como transpor de um para o outro?

Ao transpor entre um e outro, algumas regras devem ser observadas. O discurso direto pede o uso de dois pontos antes das falas dos personagens. Em alguns momentos eles podem ser omitidos, mas devem estar pressupostos. 

Em resumo, ao fazer a transposição você precisa prestar atenção em 7 pontos principais. Listamos abaixo as mudanças que devem ser feitas do discurso direto (DD) para o discurso indireto (DI), sempre indicadas pelo símbolo >. 

1. Pessoas e pronomes do discurso

O que estava em 1ª pessoa passa para a 3ª pessoa. Você deve mudar a pessoa do verbo e todos os pronomes da frase.

Eu > ele/ela

Nós > eles/elas

Meu > seu

2. Tempos verbais do indicativo

Presente > pretérito imperfeito

Pretérito imperfeito > pretérito mais-que-perfeito

Futuro do presente > futuro do pretérito

3. Tempos verbais do subjuntivo

Presente e futuro > pretérito imperfeito

4. Tempos verbais no imperativo

Imperativo > pretérito imperfeito do subjuntivo

5. Pontuação das frases

Frases interrogativas, exclamativas e imperativas > frases declarativas

6. Noções temporais

Ontem > no dia anterior

Hoje > naquele dia

Amanhã > no dia seguinte

7. Noções espaciais

Aqui > ali

Aí > lá

Este > aquele

Isto > aquilo

Veja alguns exemplos:

DD – Eu não bebo      

DI – Ele disse que não bebe

DD – Vou comer bolo essa tarde

DI – Ele disse que comeria bolo naquela tarde

Discurso direto e indireto no texto narrativo

Mas o que é esse texto narrativo onde o discurso direto e indireto aparecem? É aquele que conta uma história, por meio de uma sequência de fatos. 

Essa história é feita por personagens e uma trama bem elaborada. Isso significa que esse texto precisa ter um início, os desdobramentos do desenvolvimento e ainda um desfecho.

O texto narrativo é composto por 6 elementos: 

  • narrador;
  • enredo;
  • tempo;
  • espaço;
  • personagens;
  • discurso. 

Cada um desses compõe o texto narrativo e possui individualidades que devem ser estudadas e levadas em consideração quando você estiver analisando e escrevendo um texto narrativo.

Deu pra perceber que o nosso discurso direto e indireto são um dos elementos que compõem o texto narrativo? 

Saiba mais: Veja o que são gêneros textuais e por que conhecê-los é importante para o Enem

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