Crise na construção civil: compensa apostar em um curso de Engenharia?

Nos últimos anos, um dos setores que mais foi impactado pela turbulência na economia foi a construção civil. Na prática, a crise na construção civil atingiu em cheio as empresas do setor. O resultado foi uma redução na demanda por novos projetos e empreendimentos. Com isso, caíram também as ofertas de emprego. Nesse cenário, será que compensa fazer um curso de Engenharia? Apesar de tudo, podemos garantir que sim, pois o setor voltou a ficar aquecido novamente.

A crise na construção civil ocorreu basicamente por dois motivos. Em primeiro lugar, a economia como um todo patinou nos últimos anos, afetando vários segmentos e o mercado de trabalho. Em segundo lugar, as denúncias de corrupção envolvendo empreiteiras e o governo também abalaram a construção civil. No entanto, a engenharia civil é muito dinâmica e tem enfrentado a crise com inovação e tecnologia.

O setor imobiliário, por exemplo, é um bom termômetro que indica uma retomada da construção civil. Em outras palavras, a venda de novos imóveis também está aumentado. Por essa razão, fazer um curso de engenharia civil ainda compensa, e muito. Pesquisas apontam, inclusive, que o curso de engenharia é um dos que mais remuneram no mercado de trabalho.

Leia também: Podcast Guia de profissões: como é a carreira de um engenheiro civil

Como crise na construção civil afetou o emprego

A engenharia civil é uma das profissões mais tradicionais no Brasil. Para você ter uma ideia, é a área que tem o maior número de ingressantes em cursos de graduação em relação às demais engenharias. Isso de acordo com registros da Confederação Nacional de Engenharia e Agronomia (Confea).

A verdade é que nas últimas décadas a construção civil observou um crescimento muito alto no emprego. Isso ocorreu por conta de investimentos governamentais, obras da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, por exemplo. No entanto, a paralisação desse movimento e os escândalos de corrupção abalaram o setor. O mercado caiu e atingiu em cheio os engenheiros, que tiveram que se reinventar.

Foram nada mais nada menos que cinco anos de retração. Com isso, o setor encolheu 20,5% entre 2014 e 2018. Nesse período, mais de um milhão de profissionais da construção foram demitidos, entre eles, centenas de engenheiros. Estamos falando de um setor que corresponde a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Apesar disso, passado  o período de recessão, a engenharia civil voltou a ficar atraente. É, com certeza, uma das áreas mais promissoras do futuro. A prova disso é que em 2018, por exemplo, o Índice de Confiança da Construção (ICTS) iniciou um ciclo de alta.

Nesse sentido, a crise na construção civil começou a ser superada com a retomada de obras e o surgimento de postos de trabalho. Isso ocorreu, principalmente, na iniciativa privada, em áreas como edificações, saneamento, pavimentação e na incorporação imobiliária.

Empreendedorismo virou opção

Com a demissão em massa, outro movimento que cresceu para superar a crise na construção civil foi o empreendedorismo. Muitos profissionais demitidos de grandes empresas de construção e engenharia tiveram que se reinventar e abrir seus próprios negócios. São as chamadas “construtechs”, as startups do setor da construção civil. Elas foram fundamentais para retomada do setor em 2019, segundo a ABStartups.

Em 2017, em meio ao cenário de crise, a Construtech Venture, fundo de investimentos em novos negócios, mapeou 562 empresas desse segmento. Isso representa 116% a mais em relação ao ano anterior. A maioria delas tenta associar a engenharia civil com a tecnologia. Com isso, o objetivo é focar na inovação para resolver grandes gargalos da construção civil.

Um bom exemplo é a criação de aplicativos que facilitam a vida das pessoas e empresas. Ou seja, nos últimos anos, ao invés do crescimento das gigantes construtoras, quem levou a melhor no mercado foram as pequenas startups. Isso significa, também, mais empregos para engenheiros civis.

Esse movimento para a inovação também forçou as grandes empresas da construção civil a implementarem mudanças. Em outras palavras, a serem mais flexíveis e buscarem ampliar os serviços no mercado para ser mais competitivas.

Confira algumas áreas promissoras para entrar na construção civil:

  • Desenvolvimento de software
  • Sustentabilidade
  • Gerenciamento
  • Facilities
  • Reforma e decoração

Por que o curso de engenharia civil é promissor

Segundo dados de 2017 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), existem 967 cursos de engenharia civil no país. É uma oferta de cursos atraente, que se divide entre instituições de ensino públicas e privadas. Apesar da oferta de emprego ter reduzido nas grandes empresas e aumentado nas pequenas ou startups, a engenharia civil sempre será necessária para o crescimento da economia.

A engenharia civil ainda é uma boa escolha pois o campo profissional é muito amplo para o formado na área. Em resumo, é possível trabalhar nos mais diversos tipos de indústrias, escritórios, bancos e em empresas públicas, na fiscalização de obras e coordenação de projetos.

Para quem deseja ingressar na área, é interessante também ter disponibilidade para mudanças de cidade. Muitas vezes, a vaga de trabalho está em cidades do interior o muito distantes da sua casa.

Confira abaixo quais as cidades que mais geraram empregos para engenheiros civis (2018):

  • São Paulo (SP)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Belo Horizonte (MG)
  • Porto Alegre (RS)
  • Curitiba (PR)

Leia também: Veja quais são as melhores faculdades de engenharia civil do Brasil

Pós-graduação também é um bom caminho

Uma prova de que a crise da construção civil está sendo vencida por conta da diversificação da engenharia civil são o aumento da oferta de cursos de pós-graduação na área. Acredite, são muitas opções disponíveis de graduação em engenharia civil, o que pode fazer de você um profissional ainda mais diferenciado no mercado. Inclusive, há opções de pós-graduação a distância, o que pode facilitar a sua vida.

Para você ter uma ideia do tamanho do leque de áreas, há cursos de pós-graduação em Estruturas e Concreto, Arquitetura Sustentável, Avaliação e Perícia, e os populares MBAs.

Leia mais: Pós-graduação em engenharia civil: conheça 10 opções

Está convencido de que a crise na construção civil passou?

Como você pode perceber, a crise na construção afetou em cheio o mercado de trabalho para os engenheiros. No entanto, a partir de 2019, a economia mostrou uma lenta retomada, assim como o mercado da construção civil. Isso ocorre muito por conta da união da tecnologia e da inovação em um setor que tradicionalmente pautado em obras e construções.

Por conta disso, para obter uma vaga nesse disputado mercado (e também um dos salários mais atraentes frente à outras carreiras), um passo muito importante é obter qualificação. Além de fazer uma graduação em engenharia civil, procure também por uma pós-graduação na área. Há dezenas de instituições de ensino no país que ofertam cursos de engenharia civil com muita qualidade.

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