Crônica narrativa: como escrever em alguns passos simples

crônica narrativa

Crônicas são textos curtos onde a principal característica é relatar acontecimentos cotidianos de forma cronológica. A crônica narrativa pode ser definida como um gênero literário marcado pela narração de situações do dia a dia sob uma perspectiva individual, ou seja, ela pode ser feita na primeira ou terceira pessoa do singular. Inclusive, esse tipo de texto pode estar presente em questões de provas de vestibular e no Enem.

Nas crônicas não há longos trechos reflexivos ou argumentativos e o texto apresenta um enredo com personagens, tempo e espaço. Suas principais características são humor, ação e crítica. Embora tenha um texto mais simples e seja utilizada para descrever fatos do cotidiano, a crônica relata de forma diferenciada as ocorrências, de forma artística e bem escrita.

Vamos descobrir então como se faz uma e onde você pode usá-la? Continue lendo esse texto.

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Como se faz uma crônica narrativa?

Primeiramente, vamos conhecer os principais elementos que compõem uma crônica narrativa:

  1. Enredo: é a história da trama. Em geral, as crônicas tem temáticas comuns, sobre assuntos populares;
  2. Personagens: pessoas presentes na história;
  3. Tempo: indica o tempo em que está acontecendo a história, geralmente as narrativas narram o tempo presente;
  4. Espaço: determina o local onde se passa a história;
  5. Narrador: pode ser um personagem da trama, um observador ou ainda onisciente.

Buscando inspiração para sua crônica narrativa

O tema da crônica narrativa é similar aos textos de jornais, onde as notícias são diferentes a cada dia. Isso é, o assunto muito comentado hoje não é o mesmo de amanhã. Busque a inspiração ao seu redor, revelando o comportamento das pessoas diante de questões sociais, políticas, artísticas, individuais, coletivas, entre tantas outras, mas que tenha o ser humano como foco.

Qual linguagem devo usar?

As crônicas apresentam linguagem simples e espontânea, principalmente para os personagens. Para o narrador, deve ser situada entre a linguagem oral e a escrita. Isso contribui para que o leitor se identifique com o cronista, refletindo as características das personagens e buscando estar mais próximo do dia a dia do público, como em uma conversa entre amigos, o que faz a leitura ser leve e divertida.

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Qual a característica e estrutura de uma crônica narrativa?

É um texto em prosa, ou seja, que não apresenta preocupação com estética, rimas ou figuras de linguagem. Os fatos são narrados em ordem cronológica e sua estrutura está dividida em: introdução, clímax e conclusão.

Muitas vezes, as ações desenrolam-se em uma única cena, em um único instante, podendo, inclusive, ser escrito apenas com o uso de diálogos, sem a interferência do narrador. O título geralmente é criativo, e o final, surpreendente e inusitado.

Os personagens

Esse tipo de texto apresenta poucas personagens, podendo ser narrado em primeira ou terceira pessoa, ou seja, o narrador pode estar contando sua história ou ter presenciado a cena.

A mãe com um filho, a fila do pão da padaria ou uma briga de trânsito apresentam personagens comuns em locais comuns, portanto, esse deve ser o seu foco de atenção.

Resumindo, seu texto deve:

  • ser de situações cotidianas;
  • ter uma linguagem fácil e leve;
  • ter poucos personagens;
  • ser curto.

Onde posso usar a crônica narrativa?

As crônicas se popularizaram a partir do momento em que começaram a ser publicadas em jornais e em diversos formatos, como as crônicas narrativas, jornalísticas, humorísticas, entre outras. No entanto, hoje já se popularizaram através de blogs, sites e outros meios digitais.

Os vestibulares e o Enem têm saído do padrão de produção textual, por isso é possível que peçam para fazer uma crônica, mas estudá-las é essencial para se sair bem e garantir uma boa nota, além de também te ajudar a melhorar sua escrita e leitura em geral.

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Exemplo de autor que usa crônica narrativa

Abaixo listamos um dos autores que utilizaram a crônica narrativa para contar histórias com maestria, como Carlos Drummond de Andrade. Confira a crônica “No restaurante”:

No restaurante

Carlos Drummond de Andrade

– Quero lasanha.

Aquele anteprojeto de mulher – quatro anos, no máximo, desabrochando na ultraminissaia – entrou decidido no restaurante. Não precisava de menu, não precisava de mesa, não precisava de nada. Sabia perfeitamente o que queria. Queria lasanha. O pai, que mal acabara de estacionar o carro em uma vaga de milagre, apareceu para dirigir a operação-jantar, que é, ou era, da competência dos senhores pais.

– Meu bem, venha cá.

– Quero lasanha.

– Escute aqui, querida. Primeiro, escolhe-se a mesa.

– Não, já escolhi. Lasanha.

Que parada – lia-se na cara do pai. Relutante a garotinha condescendeu em sentar-se primeiro, e depois encomendar o prato:

– Vou querer lasanha.

– Filhinha, por que não pedimos camarão? Você gosta tanto de camarão.

– Gosto, mas quero lasanha.

– Eu sei, eu sei que você adora camarão. A gente pede uma fritada bem bacana de camarão. Tá?

– Quero lasanha, papai. Não quero camarão.

– Vamos fazer uma coisa. Depois do camarão a gente traça uma lasanha. Que tal?

– Você come o camarão e eu como lasanha.

O garçom aproximou-se, e ela foi logo instruindo:

– Quero lasanha.

O pai corrigiu:

– Traga uma fritada de camarão pra dois. Caprichada.

A coisinha amuou. Então não podia querer? Queriam querer em nome dela? Por que é proibido comer lasanha? Essas interrogações apenas se liam no seu rosto, pois os lábios mantinham reserva. Quando o garçom voltou com os pratos e o serviço, ela atacou:

– Moço, tem lasanha?

– Perfeitamente, senhorita.

O pai, no contra-ataque:

– O senhor providenciou a fritada?

– Já sim, doutor.

– De camarões bem grandes?

– Daqueles legais, doutor.

– Bem, então me vê um chinite, e para ela… O que é que você quer, meu anjo?

– Uma lasanha.

– Traz um suco de laranja para ela.

Com o chopinho e o suco de laranja, veio a famosa fritada de camarão, que, para a surpresa do restaurante inteiro, interessado no desenrolar dos acontecimentos, não foi recusada pela senhorita. Ao contrário, papou-a, e bem. A silenciosa manducação atestava, ainda uma vez, no mundo, a vitória do mais forte.

– Estava uma coisa, hem? – comentou o pai, com um sorriso bem alimentado – Sábado que vem, a gente repete… Combinado?

– Agora a lasanha, não é, papai?

– Eu estou satisfeito. Uns camarões tão geniais! Mas você vai comer, mesmo?

– Eu e você, tá?

– Meu amor, eu…

– Tem de me acompanhar, ouviu? Pede a lasanha.

O pai baixou a cabeça, chamou o garçom, pediu. Aí, um casal, na mesa vizinha, bateu palmas. O resto da sala acompanhou. O pai não sabia onde se meter. A garotinha, impassível. Se, na conjuntura, o poder jovem cambaleia, vem aí, com força total, o poder ultrajovem.

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Crônica narrativa: entendeu o conceito?

Como você pode ver, a crônica narrativa é um estilo de texto bem presente em provas e vestibulares. Por essa razão é muito importante entender o conceito e como escrever uma. Gostou desse texto? Então leia mais aqui no Vai de Bolsa:

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