A variedade de formações em engenharia é imensa. Por isso, algumas áreas, apesar de sua importância, acabam não se tornando populares, como é o caso da Engenharia Nuclear. No entanto, essa é uma formação profissional de extrema importância para o desenvolvimento do país, por trabalhar com energia limpa. E é uma das mais desafiadoras graduações superiores para se cursar. Vamos explicar o porquê.
Um engenheiro nuclear atua diretamente na construção e operação de reatores nucleares, além de desenvolver tecnologias de geração de energia através de elementos radioativos. A profissão exige muita dedicação e estudos, além de ser extremamente desafiadora.
E são essas algumas das características que acabam atraindo estudantes interessados principalmente em disciplinas como Química e Física.
Neste artigo, você irá conhecer um pouco mais sobre a Engenharia Nuclear, sua importância para a sociedade e como se dá a formação profissional nesta área.
Como é o curso de Engenharia Nuclear?
No Brasil, apenas uma faculdade oferece a graduação superior em Engenharia Nuclear: a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O curso de Engenharia Nuclear foi criado em 2010 e a primeira turma formou 22 profissionais no final de 2016.
A formação com titulação de bacharel tem duração de 5 anos e possui disciplinas voltadas para as Ciências Exatas.
Uma outra possibilidade de se graduar em Engenharia Nuclear é fazer o curso superior de Engenharia de Energia da Universidade Federal do ABC (UFABC). Neste caso, após a formação básica, o aluno pode optar pela formação com ênfase em Engenharia Nuclear.
Na formação superior pela UFRJ, para se graduar em Engenharia Nuclear o aluno precisa também realizar um estágio supervisionado obrigatório e um trabalho de conclusão de curso.
O estágio em Engenharia Nuclear pode ser feito a partir do nono período. Os estudantes devem estagiar em empresas e instituições credenciadas pela UFRJ e com o acompanhamento individualizado de um superior.
Principais disciplinas do curso de Engenharia Nuclear
Os estudantes de Engenharia Nuclear da UFRJ possuem algumas matérias em comum com as demais Engenharias, como por exemplo, Cálculo. Porém, são aquelas disciplinas relacionadas ao universo nuclear que compõem a maior parte da grade curricular.
Entre as disciplinas que fazem parte do curso de Engenharia Nuclear estão:
- Química
- Cálculo Diferencial e Integral
- Física
- Física Experimental
- Computação
- Introdução à Engenharia
- Álgebra Linear
- Sistemas Projetivos
- Engenharia e Meio Ambiente
- Mecânica
- Probabilidade e Estatística
- Economia
- Introdução à Física Moderna
- Eletricidade
- Cálculo Numérico
- Organização das Indústrias
- Termodinâmica Clássica
- Fenômenos de Transferência
- Métodos Matemáticos da Engenharia Nuclear
- Física Nuclear Aplicada
- Princípios de Ciência dos Materiais
- Física de Reatores
- Mecânica dos Sólidos
- Métodos Numéricos Computacionais
- Radioproteção Básica
- Transmissão de Calor
- Comportamento Mecânico dos Materiais
- Engenharia de Reatores
- Laboratório de Instrumentação Nuclear
- Transmissão de Calor
- Sistemas de Centrais Nucleares
- Engenharia de Confiabilidade
- Impacto Ambiental de Instalações Nucleares
- Análise de Segurança de Centrais Nucleares
- Projeto de Graduação
- Engenharia de Reatores
- Fontes Alternativas de Energia
- Ciclo do Combustível Nuclear
- Análise de Riscos de Instalações Nucleares
O que faz um engenheiro nuclear?
O profissional graduado em Engenharia Nuclear se capacita para estudar e desenvolver tecnologias para geração de energia nuclear. Mas engana-se quem pensa que o engenheiro nuclear possui um papel importante apenas em usinas nucleares.
A área de atuação de um engenheiro nuclear é ampla. E esse profissional tem um papel fundamental também também no desenvolvimento da medicina. Nesta área, os engenheiros nuclear se dedicam ao desenvolvimento, supervisão e manutenção de equipamentos de radiologia.
A área de atuação desse profissional engloba tudo o que envolve a produção e manipulação de elementos e produtos radioativos. A radiação nuclear, elemento básico no trabalho de um engenheiro nuclear, pode ser utilizada também na preservação de obras de arte e até mesmo na conservação de alimentos.
Por isso, o campo de atuação se amplia também para indústrias, setores públicos, além das empresas energéticas. Os profissionais de Engenharia Nuclear costumam trabalhar junto a outras equipes, formando importantes parcerias de trabalho geólogos, químicos, matemáticos, físicos e outros colegas de engenharias.
Como são as oportunidades de trabalho para um engenheiro nuclear no Brasil?
O número de engenheiros nucleares formados no Brasil é bem pequeno. Isso significa que costumam sobrar vagas no mercado de trabalho para esses profissionais, que são capacitados para produzir e manipular produtos radioativos com segurança e qualidade.
No Brasil a maior demanda e as melhores oportunidades de trabalho para um engenheiro nuclear são oferecidas por órgãos vinculados ao governo, como por exemplo:
- Instituições ligadas à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN);
- Fábricas da Indústrias Nucleares do Brasil (INB);
- Eletrobras Eletronuclear;
- Nuclebrás;
- Usinas de Angra dos Reis.
No entanto, o setor privado também tem aumentado o número de vagas para profissionais com essa formação. E a razão disso é que algumas empresas estrangeiras se instalaram recentemente no país. O que fez com que novas oportunidades de trabalho fossem abertas.
No setor privado, as vagas disponíveis para engenheiros nucleares são, em sua maioria para análise e desenvolvimento de projetos de reatores, para aplicação de radiação na medicina e na conservação de produtos. No Brasil, a região com melhores oportunidades de trabalho estão na região Sudeste.
Qual o salário de um engenheiro nuclear?
Segundo as vagas anunciadas no site Glassdoor, o salário médio inicial de um engenheiro nuclear pode variar de R$ 7.504 e R$ 9.607 por mês..
Inclusive, a Engenharia Nuclear figura entre as 10 engenharias que oferecem os melhores salários do mercado. Nos Estados Unidos, um profissional com essa formação chega a ganhar U$ 67 mil dólares por ano
Como o engenheiro nuclear pode se especializar?
Com a diversidade de áreas de atuação, mas com poucos profissionais no mercado brasileiro, é interessante que os engenheiros nucleares busquem se dedicar a uma determinada especialidade.
Além de aumentar as chances de contratação, a especialização auxilia no trabalho de uma equipe durante o desenvolvimento de um projeto.
Entre as principais áreas de especialização de um Engenheiro Nuclear estão:
- Reatores nucleares;
- Radioproteção;
- Pesquisa e ensino; e
- Segurança.
A energia nuclear e o futuro do Brasil
No Brasil, a principal de fonte de geração elétrica vem das usinas hidrelétricas. Apenas 2,5% de toda energia elétrica produzida no país vêm de energia nuclear. Neste caso, a energia nuclear é utilizada para manter a estabilidade no sistema elétrico brasileiro. Ou seja, sua utilização ainda é mínima se comparada ao seu potencial energético.
Outro fator importante para a Engenharia Nuclear é o fato de que o Brasil ocupa a sétima posição em reservas de urânio no mundo. Isso faz do país, junto com Estados Unidos e Rússia, um dos pilares fundamentais da energia nuclear.
O Brasil é considerado um país pouco explorado em se tratando de energia nuclear. Porém, possui um enorme potencial:
- Recursos tecnológicos;
- Reserva de urânio;
- Usina com experiência operacional (Angra);
- E profissionais capacitados.
De toda forma, esse é um tema que precisa de muita atenção e segurança. Afinal de contas, os materiais nucleares são altamente radioativos e podem causar graves problemas para a população.
Sendo assim, se você se interessa por essa profissão, busque conhecer um pouco mais sobre a Energia Nuclear no Brasil e de que forma desenvolver essa atividade de forma segura e inovadora.
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